Esse blog faz parte do projeto "Blogando: o uso do blog como ferramenta pedagógica", da disciplina Leitura e elaboração de textos acadêmicos I, do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal Fluminense/RJ. O blog visa auxiliar os alun@s na prática de leitura e produção textual, requisito da vida acadêmica, funcionando como uma ferramenta de apoio didático. Para tal, estaremos "bloggando" no intuito de postar textos sobre os conteúdos da disciplina, além de informações afins.
Saudações acadêmicas, Prof. Dr. Fabiano Pries Devide e Apolo Braz [monitor].

domingo, 19 de junho de 2011

Notas sobre resenha (MAGALHÃES, 2009; SEVERINO, 2002) [texto 12 ]

          A resenha é uma síntese, geralmente sobre um livro, publicada em periódicos. Tem por objetivo oferecer uma análise inicial sobre o conteúdo da obra resenhada, servindo para auxiliar na decisão de incorporação ou não da obra na revisão de literatura em andamento, despertando ou não o interesse em ler o livro na íntegra.
         A resenha classifica-se em crítica, quando prioritariamente se manifesta em relação ao conteúdo do texto; informativa, quando apenas expõe o seu conteúdo; ou crítica-informativa, quando expõe o conteúdo do texto e faz comentários sobre o mesmo.
         Em relação à sua estrutura, geralmente a resenha é dividida em três partes: pré-textual, textual e pós-textual. A pré-textual contém o título, autoria da resenha e os dados da obra. A textual contém as informações exposição de suas características centrais, com uma visão precisa do conteúdo. Na parte textual, deve-se contextualizar a obra no conjunto do pensamento do/a autor/a, destacando o assunto, objetivos, a idéia central e os seus argumentos. Ao final da resenha, deve-se tecer um comentário sobre o texto, com a avaliação do resenhista, destacando aspectos positivos e/ou negativos do mesmo, evitando-se críticas ao autor, direcionando-as à obra resenhada. O comentário também pode ser intercalado ao longo da resenha, com as informações sobre a obra. A parte pós-textual contém as referências bibliográficas consultadas pelo resenhista, caso existam.


Referência Bibliográfica

MAGALHÃES, I. Teoria crítica do discurso e texto. In.: VOTRE, S.J. Desenvolvendo a competência comunicativa em gêneros da escrita acadêmica. Niterói: EDUFF, 2009. p.57-58.

SEVERINO, Antonio J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2002. p.107-108.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Exemplo de Fichamento [ Atividade 6]

Tema: Cultura Corporal de Movimento

Referência: PICH, S. Cultura Corporal de Movimento. In: GONZÁLES, F.J.; FENSTERSEIFER, P.E. (Orgs.). Dicionário Crítico de Educação Física. Ijuí: Unijuí. 2005. P.108-111.

Resumo: As discussões sobre corpo nas ciências sociais vão aparecer nas décadas de 1960-70, apesar de a questão já ter sido tratada por pensadores no séc. XX, como Freud, Merleau-Ponty e Mauss. O conceito de cultura corporal de movimento é referência na área de Educação Física. Deve ser entendido a partir da ruptura com o olhar biológico e mecanicista do corpo, resgatando a sua dimensão histórico-social, notadamente a partir da crise de identidade da Educação Física na década de 1980. Tal conceito, especificamente no campo de Educação Física, provém de duas fontes: o conceito de cultura física que advêm da tradição soviética, e os conceitos de cultura corporal e cultura do movimento, elaborados a partir da corrente progressista da Educação Física alemã. Essa última corrente possui desdobramentos: as perspectivas marxista, fenomenológica e etnográfica. A perspectiva marxista busca identificar de que forma é representada a estrutura social no esporte, enquanto a fenomenológica busca “(...) identificar a produção de redes simbólicas por meio da linguagem corporal enquanto elemento da identidade cultural de uma sociedade” (PICH, 2005, p.110). No Brasil, estabeleceu-se uma relação entre os conceitos de cultura corporal e cultura de movimento, surgindo o conceito de cultura corporal do movimento.

Comentários: As perspectivas acima sintetizadas rompem com o entendimento reducionista de corpo presente na Educação Física brasileira até a década de 1970, superando a visão mecânica e biológica do corpo, orientada por preceitos técnicos, inaugurando uma Educação Física culturalista, que pressupõe a interação do homem com o mundo. O texto aborda de forma breve e objetiva o conceito de cultura corporal de movimento, trazendo o seu percurso histórico. É relevante por trazer informações acerca de um conceito-chave na área de Educação Física, a cultura corporal de movimento, esclarecendo seus pressupostos teóricos.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Notas sobre Fichamento (CRUZ; RIBEIRO, 2004) (MOROZ; GIANFALDONI, 2002) (SEVERINO, 1996) [ Textos 6, 7 e 8]






O processo de aprendizagem do conteúdo deve acontecer de forma contínua, progressiva e seletiva. A assimilação passiva não é eficaz, sendo importante entender que a aprendizagem é pessoal e necessita estudo permanente. A evolução do conhecimento da ciência avança rapidamente e o pesquisador precisa construir o seu método pessoal de estudo, organização e assimilação dos conteúdos.
Para a elaboração de um trabalho é relevante fazer leituras e fichamentos das mesmas. A prática de “documentar” o conteúdo estudado é útil para a pesquisa e pode ser realizada em “fichas”, armazenadas em “pastas” no computador e/ou arquivos. O fichamento é o esqueleto da obra, onde se efetua uma inter-relação entre as idéias do texto, auxiliando o pesquisador na sua compreensão.
Na literatura aqui utilizada, são apresentados quatro modelos de fichamento. O fichamento bibliográfico por autor, contém nome do autor, o título da obra, edição, local de publicação, editora, ano de publicação, numero do volume ou o número de páginas, se houver mais de um volume; o fichamento bibliográfico por assunto, que contém as mesmas instruções da ficha anterior, porém inclui o assunto/tema e sub-temas; o fichamento de transcrição, que reúne trechos importantes e literais do texto, organizados em “citações diretas”, seguidas do autor/a, ano de publicação e página da qual o trecho foi retirado; e o fichamento resumo/analítico, caracterizado pela síntese de um livro, capítulo ou artigo, seguido de conclusões pessoais. Este modelo é mais completo e como os três anteriores, inicia com a referência bibliográfica, seguida do tema/sub-tema referentes ao texto fichado, uma síntese (resumo) com idéias centrais e citações literais [se necessário], e por fim, uma análise crítica coerente, sustentada pelo fichador, destacando idéias e reflexões que surgem após a leitura, o que pressupõe, também, um diálogo com outros textos lidos pelo fichador sobre o tema em questão.


Referência Bibliográfica


CRUZ, C.; RIBEIRO, U. Metodologia científica: teoria e prática. Rio de Janeiro: Axcel, 2004. p. 89-95.



MOROZ, M.; GIANFALDONI, M. H. O processo de pesquisa: iniciação. Brasília: Plano, 2002. p 37-44.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 1996.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Notas sobre "Metodologia Científica: teoria e prática" e sobre "Filosofando: Introdução à Filosofia" (ARANHA, 2007; CRUZ, RIBEIRO, 2004) [Textos 4 e 5].


“(...) pensamento que resulta da relação que se estabelece entre o
sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido. (...) Se de início
o homem precisa de crenças e opiniões prontas (...) em outro (...)
é preciso que ele seja capaz de ‘reintroduzir o caos’, criticando
as verdades sedimentadas, (...) de modo a alcançar novas interpretações
da realidade” (ARANHA, MARTINS, 2004, p. 21)

Os textos de Aranha (2007), Cruz e Ribeiro (2004) abordam o tema “conhecimento”. Ambos corroboram a idéia de que o conhecimento pode ser classificado em conhecimento do senso comum (ou espontâneo) e conhecimento científico; enquanto Cruz e Ribeiro (2004) também apresentam os conhecimentos teológico e filosófico.
Segundo os autores/as, o conhecimento do senso comum possui as seguintes características: i) é superficial e ametódico, desprovido de uma sistematização; ii) é empírico, pois se constitui a partir da resolução de problemas do cotidiano, através de experiências do sujeito; iii) é ingênuo e acrítico, pois não é reflexivo ou propõe questionamentos; iv) é fragmentário, particular e subjetivo, por estar relacionado ao juízo de valor pessoal. Por tais características, esse conhecimento possui um componente ideológico, podendo servir como forma de manipulação ou imposição de idéias. Sendo assim, é importante transformá-lo em “bom senso”, assumindo um caráter crítico e coerente, para que não se torne presa do saber ilusório.
O conhecimento científico surgiu com os filósofos gregos, com a finalidade de encontrar respostas e/ou verdades sobre os fenômenos estudados. Entre suas características, as autoras enumeram que esse conhecimento: i) busca a generalidade, pelas relações estabelecidas com o objeto investigado; ii) é sistemático; iii) almeja a objetividade; e iv) utiliza o método científico, através da aplicação  testes e verificação, com vistas a descobrir regularidades e fazer generalizações. A aplicação do conhecimento científico colabora para que ocorra desenvolvimento de tecnologias e melhoria da vida cotidiana, desde que seja desenvolvido no contexto de uma ética científica.
Referências Bibliográficas
ARANHA, M. L.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 2007. p. 127-131.
CRUZ, C.; RIBEIRO, U. Metodologia Científica: teoria e prática. Rio de Janeiro: Axcel, 2004. p. 32 – 36.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Notas sobre “Para Quem Pesquisamos? Para Quem Escrevemos?” (SOARES, 2001) [Texto 3]

            A autora inicia o texto levantando duas questões: Para quem pesquisamos e para quem escrevemos? Para tal, é feita uma comparação entre as características dos dois tipos de autores: os autores de textos literários (escritores) e os que se fazem autores de textos científicos (pesquisadores-autores).
Para a autora, o escritor escreve porque sente necessidade, precisa se expressar, por gostar, por “terapia”, para se satisfazer. Por outro lado, o pesquisador-autor tende a escrever porque é uma incumbência, um compromisso acadêmico, com o intuito de divulgar o conhecimento para o seu público: seus "pares", ou seja, os estudiosos/as da área. Nesse contexto, o escritor escreve como forma de estudo, enquanto o pesquisador-autor escreve sobre o resultado do seu estudo [pesquisa]. O escritor não escreve prioritariamente pela popularidade [muitos/as preferem não tê-la]. O pesquisador-autor, em contrapartida, acredita que quanto mais popular o seu texto [artigo, livro, capítulo, tese etc.], melhor é o trabalho científico e o seu reconhecimento na academia.
Diante desse cenário, o escritor tende a escrever para um público irrestrito, enquanto o pesquisador-autor escreve para publicar o conhecimento que produziu para outros pesquisadores, e não para o público em geral. No entanto, de acordo com a autora, as pesquisas devem servir como um objeto de intervenção para melhorar os problemas cotidianos.
Para escrever para este outro tipo de leitor, é necessário que o pesquisador-autor reorganize sua forma de produção textual. Contudo, há uma dificuldade do pesquisador–autor em escrever de forma compreensível ao leitor comum: o professor da escola. Para exemplificar isso, a autora apresenta as orientações da revista “Ciência Hoje”, que explicitam a necessidade de “regras” para que os pesquisadores-autores escrevam para um outro tipo de leitor, que não sejam seus pares.
Conclui-se ser importante que essas barreiras sejam superadas para que haja divulgação do conhecimento científico produzido para todos, e não somente aqueles presentes na academia.
Referência Bibliográfica:
SOARES, M. Para quem pesquisamos? Para quem escrevemos? In.: MOREIRA, A. F. et al (Orgs.). Para quem pesquisamos para quem escrevemos: o impasse dos intelectuais. São Paulo: Cortez, 2001. p. 65-90.

domingo, 10 de abril de 2011

Notas sobre “O Ato Apaixonante de Pesquisar”(MÜLLER, 2004) [Texto 2]

       O texto aborda a importância da pesquisa na formação do professor, especificamente de Educação Física, a partir da experiência pessoal da autora na elaboração da monografia de final de curso. Apresenta a pesquisa como um desafio que pressupõe estudo, leitura e dedicação. Essencial na formação do professor, a prática da pesquisa fornece elementos para a formação crítica e reflexiva. Se no início dessa prática, pesquisar tende a ser complicado, ao longo da vida acadêmica, fazer pesquisa pode se tornar um “ato apaixonante”.
Para a descoberta do tema da pesquisa, primeiramente é preciso ler e selecionar a literatura afim em diversas fontes (livros, capítulos, artigos em periódicos indexados, dissertações de mestrado e teses de doutorado). O tema escolhido deve estar relacionado a algo que o pesquisador/a se identifique e tenha curiosidade em adquirir novos conhecimentos.
Para desenvolver a pesquisa, deve-se elaborar a metodologia: predominantemente qualitativa [associada às Ciências Sociais e Humanas] ou quantitativa [associada às Ciências Naturais]. A pesquisa qualitativa, utilizada pela autora, tem características básicas, como: a importância do “processo” de pesquisa, a fonte de dados ser o campo pesquisado, os instrumentos de pesquisa serem geralmente o questionário a entrevista e o diário de campo, os dados terem natureza descritiva, e a análise tender a ser caracterizada por um processo indutivo. Este método de pesquisa é usado em estudos sobre as complexas relações sociais. É preciso, então,  conhecer os métodos e saber aplicá-los para fazer afirmações.
Em suma, a atitude a ser tomada é ler e estudar. Pesquisar pode ser uma atividade encantadora, além de auxiliar na formação crítica do sujeito, ampliando sua visão de mundo.


Referência Bibliográfica
MÜLLER, D. M. O ato apaixonante de pesquisar. In.: CAUDURO, M. T. (Org.). Investigação em Educação Física e Esportes. Novo Hamburgo: Feevale, 2004. p. 29-38.

sábado, 2 de abril de 2011

Notas sobre o "memorial" [Texto 1]

O Memorial [1] é um trabalho relevante no meio acadêmico e profissional, introduzindo o projeto de trabalho do autor/a no seu projeto pessoal maior. Severino (2002) interpreta o memorial como uma:

(...) retomada articulada e intencionalizada dos dados do curriculum vitae (...) trata de se ter uma percepção mais qualitativa (...) pelo próprio autor (...) constitui, pois, uma autobiografia, configurando-se como uma narrativa simultaneamente histórica e reflexiva. (p. 141-142).

Em termos gerais, o memorial é útil em termo institucional e de avaliação da trajetória pessoal na profissão. Caracteriza-se como um relato histórico, analítico e crítico, que pretende expressar e situar as vivências do seu autor/a no âmbito histórico – cultural, trazendo o posicionamento teórico/prático, as influências e avaliações da carreira.
Deve conter a fase de formação do autor/a, seus investimentos e experiências no âmbito da atividade profissional, o amadurecimento intelectual, e por fim indicar que caminhos almeja seguir na vida acadêmica ou profissional. Em sua construção textual, recomenda-se o uso de tópicos, retratando fielmente a trajetória percorrida, de forma autêntica e crítica.


Referência Bibliográfica 


SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2002. p. 141-143.